RS recebe medicamento inovador para tratar câncer de mama agressivo pelo SUS
Primeiro lote do Trastuzumabe Entansina chega ao estado. Remessa nacional deve atender mais de mil pacientes ainda este ano.
O Rio Grande do Sul começa a receber, nesta quinta-feira (23), uma nova esperança no combate ao câncer de mama HER2-positivo, uma das formas mais agressivas da doença.
O estado será contemplado com 414 frascos do Trastuzumabe Entansina, medicamento recém-incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e considerado um avanço no tratamento oncológico.
A entrega faz parte do primeiro lote nacional, que chegou ao Brasil em 13 de outubro, com destino ao aeroporto de Guarulhos (SP).
Segundo o diretor do Departamento de Atenção ao Câncer, José Barreto, o novo protocolo clínico pode reduzir em até 50% a mortalidade entre mulheres com câncer de mama HER2-positivo.
“É um avanço gigantesco para a oncologia nacional, com o primeiro protocolo clínico voltado a esse tratamento. Trata-se de uma medicação muito esperada pela nossa população”, afirmou Barreto.
O mastologista e vice-presidente do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (IMAMA), Ademar José Bedin Júnior, explica que este é um tratamento moderno, eficaz e com menos efeitos colaterais:
"O Trastuzumabe agora é conjugado a um quimioterápico, a Entansina, e esse quimioterápico vai junto com um anticorpo, e ele é liberado só dentro da célula tumoral, então ele tem realmente muito menos efeitos colaterais", diz Bedin Júnior.
Ao todo, foram recebidas 11.978 unidades, sendo 6.206 de 100 mg e 5.772 de 160 mg. O Ministério da Saúde prevê mais três remessas até junho de 2026, garantindo cobertura integral da demanda atual e beneficiando 1.144 pacientes ainda em 2025.
O governo federal investiu R$ 159,3 milhões na aquisição de 34,4 mil frascos do novo medicamento, negociando o valor com desconto de cerca de 50% em relação ao preço de mercado. A economia gerada é estimada em R$ 165,8 milhões, o que contribui para ampliar o acesso ao tratamento pelo SUS.
Saiba quem tem direito
O Trastuzumabe Entansina será disponibilizado para pacientes que ainda apresentam sinais da doença após a quimioterapia inicial, geralmente em casos de estágio III. A distribuição será feita pelas secretarias estaduais de saúde, seguindo os protocolos clínicos vigentes.
Além dessa terapia, o Ministério da Saúde também está ampliando o acesso a outros medicamentos, como os inibidores de ciclinas (abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe) indicados para câncer de mama avançado ou metastático com receptor hormonal positivo e HER2-negativo.
A compra desses remédios será descentralizada, permitindo que estados e municípios adquiram diretamente os insumos com recursos federais, o que deve agilizar o acesso ao tratamento.
Mais acesso ao diagnóstico
Outra medida anunciada pelo Ministério da Saúde neste Outubro Rosa foi a ampliação da faixa etária para realização de mamografias pelo SUS. Agora, mulheres a partir dos 40 anos podem realizar o exame gratuitamente, mesmo sem sintomas ou histórico familiar da doença. Em 2024, mais de 1 milhão de mamografias foram feitas em mulheres com menos de 50 anos, representando 30% do total.
Também neste mês, 28 carretas do programa “Agora Tem Especialistas” começaram a circular por 20 estados brasileiros. A iniciativa leva atendimento especializado para regiões com baixa cobertura de saúde, com foco na prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero.
"É importante lembrarmos da importância não só de termos o acesso a esses tratamentos de qualidade, mas também de não precisarmos desses tratamentos. A gente poder fazer um diagnóstico mais precoce, fazendo diagnósticos onde a doença ainda está em um estágio muito inicial, e que muitas vezes não há necessidade de tratamentos mais agressivos e a chance de cura aumenta muito", comenta o mastologista Bedin Júnior.
Fonte: G1 RS
Foto: Amparo Garcia / stock.adobe.com
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