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Polícia confirma identidade de mulher que foi assassinada e teve partes do corpo espalhadas

  • Data: 08/Set/2025

Caso começou a ser investigado após torso do corpo ter sido encontrado dentro de uma mala em um guarda-volumes da rodoviária da capital. Partes das pernas e dos braços foram encontrados na Zona Leste da cidade. Polícia investiga se outra parte da perna encontrada na orla é da mulher. Suspeito do crime está preso

A Polícia Civil confirmou, nesta segunda-feira (8), a identidade da mulher que foi assassinada e teve partes do corpo espalhadas por Porto Alegre – caso que começou a ser investigado quando o torso da vítima foi encontrado dentro de uma mala em um guarda-volumes da rodoviária da capital. O nome dela é Brasília Costa, de 65 anos.

Conforme a Polícia Civil, ela era natural de Arroio Grande, na Região Sul do estado, residia na Zona Norte de Porto Alegre e trabalhava como manicure em salões de beleza.

"Essa mulher é gaúcha, tinha um relacionamento com ele. Está muito claro que ele tinha intenção de tirar dinheiro dessa mulher", afirma o delegado.

Exame de DNA e coleta com familiares

 

O Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirmou que os membros encontrados em 13 de agosto, na Rua Fagundes Varela (Zona Leste), e o torso deixado em mala no guarda-volumes da rodoviária, identificado no dia 1º de setembro, pertencem a mesma pessoa.

O IGP também relatou que, a partir dos nós dos sacos de lixo que envolviam os fragmentos, foi extraído um perfil genético masculino que coincidiu com o de um condenado no Banco de Perfis Genéticos do RS, resultado que sustentou o pedido de prisão do suspeito.

A etapa que segue é o comparativo com DNA da família para fechar a identificação da vítima.

Na coletiva realizada na sexta-feira (5), a Polícia Civil reiterou que a coleta de material dos familiares será feita para a confirmação formal e que a família, do interior do RS.

 

Celular da vítima e conversas

 

O suspeito estava com o celular da vítima e teria se passado pela mulher em mensagens para familiares após o crime. O conteúdo do aparelho e de outros dispositivos apreendidos será analisado pelos peritos.

A principal linha de investigação aponta que, como o homem estaria enviando mensagens pelo celular da vítima, nenhum amigo ou familiar teria suspeitado de que algo estava errado e, assim, não houve registro de desaparecimento.

Linha do tempo

 

 

  • 15/01/2024: Justiça autoriza progressão ao semiaberto e liberação com monitoramento diante da falta de vaga, com apresentação obrigatória em 48h
  • 16/01/2024: Ricardo é liberado da prisão
  • 19/01/2024: Ricardo se apresenta ao Instituto Penal de Monitoramento Eletrônico, que não tem tornozeleiras disponíveis
  • 28/02/2024: Acontece uma tentativa de agendamento da instalação da tornozeleira, mas não atendeu as ligações
  • 06/04/2024: Feito o registro de Não Apresentação, passando para a condição de foragido
  • 22/04/2024: Ministério Público solicita a expedição de mandado de prisão
  • 06/02/2025: Juízo regride cautelarmente o regime para o fechado e expede mandado de prisão

 

 

O que a polícia já estabeleceu sobre a dinâmica

 

 

  • Depósito da mala: câmeras mostram um homem deixando a mala no dia 20 de agosto no guarda-volumes da rodoviária. O volume ficou no local por cerca de 12 dias, até ser aberto pela equipe do setor devido ao odor;
  • Planejamento e ocultação: o autor removeu as pontas dos dedos dos membros para dificultar a identificação e deixou a cabeça por último, estratégia que, segundo a polícia, visava retardar o reconhecimento da vítima;
  • Relacionamento e possível motivação: segundo a investigação, o suspeito mantinha relacionamento com a vítima e tentou usar os cartões dela. Comprovantes de transações entre ambos foram encontrados. A motivação financeira é apurada;
  • Apreensões: com o suspeito, os policiais apreenderam celulares e notebook material será periciado após pedidos judiciais de acesso aos dados;
  • Classificação do crime: a Polícia Civil trata o caso, neste momento, como feminicídio. Laudos complementares devem apontar a causa da morte quando houver reunião de todas as partes do corpo.

 

 

Próximos passos da investigação

 

A cabeça da vítima ainda não foi localizada. Essa etapa é para permitir a identificação completa do corpo e contribuir para a definição precisa da causa da morte.

Além disso, os investigadores devem realizar perícia no celular da vítima e nos demais dispositivos eletrônicos apreendidos. O objetivo é confirmar se as mensagens enviadas em nome da vítima foram realmente redigidas por ela, além de rastrear possíveis movimentações financeiras e digitais que possam esclarecer o contexto do crime.

Caso do corpo em mala: publicitário Ricardo Jardim foi preso nesta sexta-feira — Foto: Ronaldo Bernardi/Agência RBS

Caso do corpo em mala: publicitário Ricardo Jardim foi preso nesta sexta-feira — Foto: Ronaldo Bernardi/Agência RBS

Fonte: G1 RS

Foto: Eduardo Paganella/RBS TV

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