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Mercado de trabalho aquecido reduz tempo de busca por emprego no RS, mostra IBGE

  • Data: 28/Ago/2025

Dados do segundo trimestre de 2025 também indicam queda no número de pessoas que desistiram de buscar ocupação no Estado

Após meses de pesquisas de vagas, entrevistas e espera, finalmente chegou o retorno aguardado: "Parabéns, você foi aprovado". Assim começou a trajetória de Diogo Krause, 22 anos, em seu emprego atual, como vendedor de uma ótica em um shopping de Porto Alegre.

— Esse período de espera é um pouco angustiante, pela incerteza, mas estou muito feliz com essa oportunidade, e os primeiros meses têm sido ótimos aqui — afirma Diogo.

Ele foi contratado em 1º de junho, após quatro meses de busca por um emprego. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Trimestral, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que este tempo de espera diminuiu.

No segundo trimestre de 2025, o número de pessoas procurando emprego por até um ano caiu cerca de 20% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Eram 266 mil cidadãos nesta condição no recorte de 2024, ante 215 mil em 2025.

— A taxa de desemprego, assim como o tempo de busca por um novo emprego, tem uma relação direta de causa e efeito com o ritmo da atividade econômica. Tanto o Estado quanto o país têm apresentado crescimento, e a atividade econômica em um ritmo forte demanda trabalhadores, mantendo o mercado aquecido — destaca o coordenador da Pnad Contínua no Estado, Walter Rodrigues.

Quando se leva em consideração o número de gaúchos buscando emprego por dois anos ou mais, a queda é ainda mais acentuada. Eram 61 mil pessoas nessa situação no segundo trimestre de 2024, em comparação aos 30 mil registrados no mesmo período em 2025, levando a uma queda de aproximadamente 50% no número total de pessoas.

O número de pessoas no Rio Grande do Sul buscando emprego por um tempo entre um e dois anos também diminuiu na comparação entre o segundo trimestre deste ano e o mesmo período no ano passado. Eram 29 mil pessoas nesta condição em 2024, e 21 mil no recorte de 2025.

Baixo desemprego

O número de desempregados no Rio Grande do Sul, como um todo, vem em queda. A taxa de desemprego no Estado fechou o trimestre passado em 4,3%. É o menor nível desde o início da série histórica, em 2012.

— São dados muito animadores e que demonstram a força do nosso mercado de trabalho — afirma o secretário estadual de Trabalho e Desenvolvimento Profissional, Gilmar Sossella.

Gregory Quadros, 22 anos, é outro gaúcho que reingressou no mercado formal recentemente. Contratado por uma empresa de São Leopoldo como projetista júnior, ele ficou ainda menos tempo procurando emprego, cerca de dois meses.

— Foi bem rápido, até me surpreendeu. Sinto também que havia mais opções no mercado, e eu pude escolher a vaga que mais se adequava a mim — relata Gregory.

— O fato de que há hoje um número maior de vagas disponíveis, e vagas mais atrativas, também é um reflexo da aceleração da atividade econômica e dessa maior demanda por trabalhadores no mercado, o que permite também aos profissionais optar pelo melhor caminho para o seu desenvolvimento, além de suprir as necessidades básicas de renda — aponta Cássio Calvete, professor de economia do trabalho da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Higra / Divulgação

Gregory Quadros, 22 anos, foi contratado recentemente.Higra / Divulgação

Número de pessoas que deixaram de buscar emprego caiu 36%

Outro dado apresentado pela PNAD Contínua do trimestre passado que chama a atenção é a queda percentual no Rio Grande do Sul do número de desalentados — aqueles que desistiram de buscar emprego.

Neste segundo trimestre de 2025, o número de desalentados no Estado soma 55 mil pessoas. O número expressa queda de 36% em relação ao mesmo período de 2024.

— A queda do número de desalentados também é um reflexo da atividade econômica. Com o mercado aquecido, com mais contratações ocorrendo, mesmo quem tinha desistido de buscar emprego volta a procurar uma vaga — acrescenta Walter Rodrigues.

Já a taxa de desalentados em relação à população com 14 anos ou mais na força de trabalho do Estado fechou o segundo trimestre de 2025 em 0,9%. O número também apresentou recuo, de 0,6 ponto percentual, em relação ao segundo trimestre de 2024.

— Essa redução dos desalentados também é importante notar, pois é uma categoria que, nos últimos anos, tinha crescido bastante no Rio Grande do Sul e no Brasil como um todo, principalmente entre os jovens, que já não viam tanta atratividade nas vagas que estavam sendo ofertadas — complementa o professor Calvete.

O secretário Sossella destaca, ainda, a relação entre a queda no tempo de busca por emprego e a reduçao do número de desalentados no Estado.

— Nos trimestres anteriores, havia uma parcela maior da população aguardando por mais tempo até encontrar uma nova ocupação. Agora, vemos uma melhora expressiva, o que também contribui para a diminuição das pessoas em situação de desalento, aquelas que haviam desistido de procurar emprego — reforça.

Fonte: GZH

Foto: Camila Hermes / Agencia RBS

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