O que é PrEP? Conheça o medicamento gratuito para se proteger do HIV
Distribuída pelo SUS desde 2018, medicação reduz em 90% as chances de contrair a infecção
Em julho, um estudo realizado pelo Hospital Moinhos de Vento mostrou que o Rio Grande do Sul sofre uma epidemia de HIV. Os pesquisadores encontraram uma prevalência de 1,64 casos a cada 100 mil habitantes. Ou seja, a cada 50 pessoas, uma convive com o HIV.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma epidemia sob controle tem menos de um caso a cada 100 mil.
Para ajudar a conter esse problema, o SUS distribui gratuitamente, desde 2018, um medicamento que reduz as chances de disseminação do vírus. É a Profilaxia Pré-Exposição, conhecida como PrEP.
Apesar do nome difícil, a PrEP tem um princípio de funcionamento simples: a alta concentração desse remédio no sangue dificulta que o vírus do HIV se replique no organismo de quem foi exposto a ele.
O HIV é um vírus que age enfraquecendo o sistema imunológico de quem estiver infectado. Com isso, o corpo tem dificuldade para combater outras infecções, chamadas de "oportunistas".
O chefe do serviço de infectologia do Hospital São Lucas, Diego Falci, acrescenta outros prejuízos à saúde dos pacientes:
— Além das infecções, o HIV pode aumentar as chances da pessoa ter infarto, derrame e outras doenças degenerativas. É um vírus que causa um estrago grande no corpo e é transmitido, principalmente, através da relação sexual ou de contato com o sangue contaminado.
O que é a PrEP?
A PrEP é uma combinação dos medicamentos tenofovir e entricitabina. Os estudos científicos mostram que juntos, eles reduzem em 90% a chance de infecção.
A distribuição no SUS é feita em duas categorias de ingestão:
- Diária: toma-se um comprimido todos os dias
- Sob-demanda: são dois comprimidos ingeridos de duas a 24 horas antes da relação sexual; um comprimido 24 horas após a dose inicial de dois comprimidos e um comprimido 24 horas após a segunda dose
Após o início do tratamento, as pessoas em PrEP fazem um acompanhamento regular com testagens para o HIV e demais infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) além de monitorar como o organismo reage ao medicamento.
Quem pode tomar?
A PrEP é indicada para pessoas em situação de vulnerabilidade ao HIV. Isso inclui pessoas transexuais ou travestis, gays ou homens que fazem sexo com homens, trabalhadores(as) do sexo, pessoas que usam álcool ou outras drogas, privadas de liberdade.
Também está incluso quem frequentemente não usa camisinha ou tem histórico de infecções por outras ISTs.
Como começar a tomar a PrEP?
Para iniciar a profilaxia, é necessário procurar uma unidade de saúde dispensadora do medicamento. Abaixo você confere os endereços em Porto Alegre. Nos demais municípios você pode conferir no painel do Ministério da Saúde.
Confira os endereços
- Ambulatório de Dermatologia Sanitária (ADS) (Av. João Pessoa, 1.327)
- Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) (Rua Ramiro Barcelos, 2.350)
- Serviço de Atenção Terapêutica (SAT) (Av. Bento Gonçalves, 722)
- Hospital Fêmina (Rua Mostardeiro, 17)
- Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) (Rua Francisco Trein, 596)
- SAE-CSVC (Rua Professor Manoel Lobato, 151)
- SAE — IAPI (Rua Três de Abril, 90)
- SAE — Santa Marta (Rua Capitão Montanha, 27)
E se eu parar de tomar?
Para que a PrEP funcione, é necessário que o sangue tenha a concentração suficiente dos medicamentos. Quando o tratamento é interrompido, o organismo volta a ficar vulnerável.
Tive uma exposição ao vírus. O que fazer?
Se você tiver alguma situação de exposição potencial ao HIV, existe a opção da Profilaxia Pós-Exposição (PEP). São casos como violência sexual, relação sem preservativo, acidente com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico. A PEP está disponível em serviços de atendimento especializados.
Posso deixar de usar camisinha após iniciar a PrEP?
Não. O HIV é apenas uma das infecções que podem ser transmitidas sexualmente. Sem camisinha você ainda está exposto a ISTs como sífilis, clamídia, gonorreia, HPV e tricomoníase. O meio mais eficaz para se proteger dessas doenças continua sendo o preservativo, distribuído gratuitamente em postos de saúde.
Fonte: Gaúcha ZH
Foto: Bruno Todeschini / Agencia RBS
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