Como parar o soluço: veja o que realmente funciona e quando é sinal de alerta, segundo médico
Crises geralmente duram poucos minutos, mas podem persistir por dias e exigir tratamento
O soluço pode parecer inofensivo, mas nem sempre é apenas um incômodo passageiro. Na maioria das vezes, o som curto e repetitivo que escapa da garganta sem aviso dura poucos minutos e desaparece sozinho.
No entanto, há situações em que os episódios se prolongam por mais de 48 horas, o que exige atenção médica e investigação de causas mais sérias.
Segundo Dr. Giovani Gadonski, chefe do Serviço de Clínica Médica do Hospital São Lucas da PUCRS e professor da Escola de Medicina da instituição, o soluço é causado por uma contração involuntária do diafragma.
O músculo separa o tórax do abdômen e tem papel fundamental no movimento da respiração.
— Quando ocorre estes espasmos nos músculos intercostais, situados entre as costelas, e principalmente no diafragma, há o fechamento da glote, local por onde passar passa o ar na parte superior da tranqueia. Esse fechamento resulta no barulho (soluço) — explica o médico.
O que é o soluço e por que ele acontece?
O soluço é um espasmo involuntário dos músculos responsáveis pela respiração, principalmente o diafragma. Quando esse músculo se contrai abruptamente fora de ritmo, o ar entra rapidamente e atinge as cordas vocais, que se fecham — produzindo o som característico.
Esse reflexo pode ser provocado por estímulos simples, como comer rápido, ou por causas mais complexas, que envolvem o sistema nervoso.
Boa parte dos episódios é breve e se resolve espontaneamente, mas o soluço persistente, quando ultrapassa 48 horas, pode indicar problemas mais sérios.
Quais são as causas mais comuns do soluço?
Na maioria das vezes, o soluço é desencadeado por situações do dia a dia que causam irritação leve no diafragma ou em estruturas próximas. Entre as causas mais frequentes estão:
- Comer ou beber muito rápido;
- Engolir ar ao fumar ou mascar chiclete;
- Comer até sentir o estômago extremamente cheio;
- Ingerir bebidas com gás;
- Irritação na garganta, esôfago ou estômago.
No entanto, o soluço persistente pode ser sinal de condições clínicas mais graves, como gastrite, refluxo gastroesofágico, inflamações na região do pâncreas, alterações no fígado ou até disfunções neurológicas.
— Casos de soluço persistente podem desencadear alteração na qualidade de vida, fica difícil para se comunicar, para comer e até para dormir — orienta Gadonski.
Como parar o soluço?
Em episódios comuns e passageiros, algumas manobras físicas simples ajudam a interromper o soluço ao alterar o ritmo da respiração ou estimular o nervo frênico. O médico sugere:
- Prender a respiração por alguns segundos;
- Tomar água bem gelada em pequenos goles;
- Fazer gargarejo com água gelada;
- Puxar a língua para fora com cuidado;
- Pressionar os joelhos contra o tórax por 30 segundos;
- Assoprar com o nariz e a boca fechados (manobra de Valsalva);
- Respirar lentamente num saco de papel;
- Engolir uma colher de chá de açúcar seco.
Essas práticas ajudam a interromper o circuito reflexo do soluço, mas não são eficazes nos casos prolongados ou recorrentes.
Quando o soluço exige tratamento médico?
Se o soluço durar mais de 48 horas, é preciso buscar avaliação médica. O primeiro passo é identificar a causa: refluxo, gastrite, distúrbios gástricos ou outras condições clínicas.
Nesse processo, o tratamento pode envolver o uso de medicamentos paliativos, até que o diagnóstico definitivo seja feito.
— Até encontrar o diagnóstico da causa, que pode ser uma gastrite, por exemplo, utilizamos medicamentos paliativos. Dentre eles, podem ser a metoclopramida e o pantoprazol, indicados para casos de refluxo gastroesofágico, ou algum relaxante muscular — explica Gadonski.
Além do desconforto físico, o soluço persistente também pode gerar impacto emocional, atrapalhar compromissos sociais e prejudicar a rotina de sono e alimentação. Por isso, é importante não negligenciar episódios que duram dias.
Qual é o sinal de alerta?
De modo geral, qualquer crise de soluço que ultrapasse dois dias deve ser tratada como sinal de alerta.
O mesmo vale para situações em que o soluço se repete frequentemente ou vem acompanhado de outros sintomas, como náuseas, dores abdominais, perda de apetite ou dificuldade para engolir.
Fonte: Gaúcha ZH
Foto: Orawan / stock.adobe.com
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