Notícias

Fique por dentro das notícias da cidade e região.

Como parar o soluço: veja o que realmente funciona e quando é sinal de alerta, segundo médico

  • Data: 05/Jun/2025

Crises geralmente duram poucos minutos, mas podem persistir por dias e exigir tratamento

O soluço pode parecer inofensivo, mas nem sempre é apenas um incômodo passageiro. Na maioria das vezes, o som curto e repetitivo que escapa da garganta sem aviso dura poucos minutos e desaparece sozinho. 

No entanto, há situações em que os episódios se prolongam por mais de 48 horas, o que exige atenção médica e investigação de causas mais sérias.

Segundo Dr. Giovani Gadonski, chefe do Serviço de Clínica Médica do Hospital São Lucas da PUCRS e professor da Escola de Medicina da instituição, o soluço é causado por uma contração involuntária do diafragma.

O músculo separa o tórax do abdômen e tem papel fundamental no movimento da respiração.

— Quando ocorre estes espasmos nos músculos intercostais, situados entre as costelas, e principalmente no diafragma, há o fechamento da glote, local por onde passar passa o ar na parte superior da tranqueia. Esse fechamento resulta no barulho (soluço) — explica o médico.

O que é o soluço e por que ele acontece?

O soluço é um espasmo involuntário dos músculos responsáveis pela respiração, principalmente o diafragma. Quando esse músculo se contrai abruptamente fora de ritmo, o ar entra rapidamente e atinge as cordas vocais, que se fecham — produzindo o som característico.

Esse reflexo pode ser provocado por estímulos simples, como comer rápido, ou por causas mais complexas, que envolvem o sistema nervoso. 

Boa parte dos episódios é breve e se resolve espontaneamente, mas o soluço persistente, quando ultrapassa 48 horas, pode indicar problemas mais sérios.

Quais são as causas mais comuns do soluço?

Na maioria das vezes, o soluço é desencadeado por situações do dia a dia que causam irritação leve no diafragma ou em estruturas próximas. Entre as causas mais frequentes estão:

  • Comer ou beber muito rápido;
  • Engolir ar ao fumar ou mascar chiclete;
  • Comer até sentir o estômago extremamente cheio;
  • Ingerir bebidas com gás;
  • Irritação na garganta, esôfago ou estômago.

No entanto, o soluço persistente pode ser sinal de condições clínicas mais graves, como gastriterefluxo gastroesofágicoinflamações na região do pâncreasalterações no fígado ou até disfunções neurológicas.

— Casos de soluço persistente podem desencadear alteração na qualidade de vida, fica difícil para se comunicar, para comer e até para dormir — orienta Gadonski.

Como parar o soluço?

Em episódios comuns e passageiros, algumas manobras físicas simples ajudam a interromper o soluço ao alterar o ritmo da respiração ou estimular o nervo frênico. O médico sugere:

  • Prender a respiração por alguns segundos;
  • Tomar água bem gelada em pequenos goles;
  • Fazer gargarejo com água gelada;
  • Puxar a língua para fora com cuidado;
  • Pressionar os joelhos contra o tórax por 30 segundos;
  • Assoprar com o nariz e a boca fechados (manobra de Valsalva);
  • Respirar lentamente num saco de papel;
  • Engolir uma colher de chá de açúcar seco.

Essas práticas ajudam a interromper o circuito reflexo do soluço, mas não são eficazes nos casos prolongados ou recorrentes.

Quando o soluço exige tratamento médico?

Se o soluço durar mais de 48 horas, é preciso buscar avaliação médica. O primeiro passo é identificar a causa: refluxo, gastrite, distúrbios gástricos ou outras condições clínicas. 

Nesse processo, o tratamento pode envolver o uso de medicamentos paliativos, até que o diagnóstico definitivo seja feito.

— Até encontrar o diagnóstico da causa, que pode ser uma gastrite, por exemplo, utilizamos medicamentos paliativos. Dentre eles, podem ser a metoclopramida e o pantoprazol, indicados para casos de refluxo gastroesofágico, ou algum relaxante muscular — explica Gadonski.

Além do desconforto físico, o soluço persistente também pode gerar impacto emocional, atrapalhar compromissos sociais e prejudicar a rotina de sono e alimentação. Por isso, é importante não negligenciar episódios que duram dias.

Qual é o sinal de alerta?

De modo geral, qualquer crise de soluço que ultrapasse dois dias deve ser tratada como sinal de alerta.

O mesmo vale para situações em que o soluço se repete frequentemente ou vem acompanhado de outros sintomas, como náuseas, dores abdominais, perda de apetite ou dificuldade para engolir.

Fonte: Gaúcha ZH

Foto: Orawan / stock.adobe.com

Outras notícias