Novo tratamento reduz quase à metade o risco de progressão ou morte em alguns cânceres de mama
Estudo diminuiu o risco de progressão da doença ou morte em 44% em comparação com o tratamento padrão utilizado atualmente
Um novo tratamento reduziu quase à metade o risco de progressão ou de morte em alguns cânceres de mama, informou um grupo de pesquisadores nesta segunda-feira (2) durante a reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica. O método segue agora para testes em agências reguladoras.
Em um acompanhamento feito por 2,5 anos, a combinação de T-DXd e pertuzumab reduziu o risco de progressão da doença ou morte em 44% em comparação com o tratamento padrão.
O tratamento é eficaz em um grupo de cânceres de mama mais agressivos, cujo não há registros de avanços farmacológicos relevantes há mais de uma década. Entre os tipos que o método mostrou eficácia está o câncer de mama metastático ER2-positivo, gênero agressivo que representa entre 15% e 20% de todos os casos da doença.
Os cânceres HER2-positivos se alimentam de um gene HER2 hiperativo, que produz grande quantidade de uma proteína que ajuda as células cancerosas a crescer e se propagar. Pacientes com câncer de mama HER2-positivo que se espalhou para outras partes do corpo vivem, em média, cinco anos.
— Para nós foi impressionante ver uma melhora tão considerável, ao quase dobrar o tempo durante o qual as pacientes podiam ter seu câncer sob controle — disse à AFP a oncologista Sara Tolaney, chefe da divisão de oncologia mamária do Instituto Oncológico Dana-Farber.
O tratamento padrão atual, conhecido como THP, combina quimioterapia com dois anticorpos que bloqueiam os sinais de crescimento da proteína HER2. O novo enfoque utiliza outro medicamento (T-DXd), um anticorpo combinado com quimioterapia.
Entenda como funciona
Esta estratégia de "bomba inteligente" permite que o fármaco se dirija diretamente às células cancerosas:
— Liga-se a cada célula cancerosa e descarrega toda a quimio diretamente nela. Alguns a chamam de bombas inteligentes porque administram a quimio de forma seletiva, e por isso acredito que podemos aumentar tanto a eficácia — explica Tolaney.
Os efeitos colaterais mais frequentes são náuseas, diarreia e queda nos glóbulos brancos. Algumas vezes, também provoca cicatrizes pulmonares.
O T-DXd já foi aprovado como segunda opção, quando os tratamentos de primeira linha param de funcionar. Mas no novo ensaio foi administrado antes, junto com outro anticorpo, o pertuzumab.
Em um ensaio conduzido por Tolaney, administrou-se aleatoriamente a pouco menos de 400 pacientes o T-DXd em combinação com o pertuzumab, o que se acredita que potencialize seus efeitos. Um número similar recebeu o tratamento padrão de THP. Também foi incluído um terceiro grupo, que recebeu T-DXd sem pertuzumab, mas os resultados ainda não foram divulgados.
Em 15% das pacientes do grupo de T-DXd o câncer desapareceu por completo, frente a 8,5% do grupo que fez uso do THP. Em metade das pacientes o câncer reapareceu ou piorou após 40,7 meses, em média, frente a 26,9 meses com o tratamento padrão.
Os especialistas acreditam que esta diferença possa aumentar ainda mais.
Fonte: Gaúcha ZH
Foto: Mateus Bruxel / Agencia RBS
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