Consumo excessivo de bebida alcoólica representa risco à saúde; especialistas indicam moderação
O calor pede uma cervejinha, mas hepatologistas alertam para os perigos da ingestão, especialmente ao fígado
Festas e encontros à beira da piscina ou do mar fazem do verão um convite para relaxar e socializar com a família e os amigos. A presença de bebidas alcoólicas nestas confraternizações típicas da estação mais quente do ano é frequente e, muitas vezes, até quem não tem o hábito acaba consumindo uma quantidade um pouco maior de produtos como cerveja e vodca.
No entanto, o consumo excessivo pode trazer consequências sérias para a saúde, especialmente do fígado, órgão fundamental para a metabolização das substâncias ingeridas em bebidas e alimentos.
O hepatologista Ângelo Alves de Mattos, cooperado da Unimed Porto Alegre, foi um dos pesquisadores envolvidos em um estudo sobre os impactos das doenças hepáticas na população brasileira, publicado na revista Liver International. A partir de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS), elas foram apontadas como a oitava causa de mortalidade no país.
— Metade dos pacientes possui doenças hepáticas ligadas ao consumo de álcool. Nos últimos anos, observa-se um aumento significativo desse consumo entre mulheres e pessoas mais jovens, o que traz uma preocupação com o número de pacientes que teremos no futuro nesta condição — explica.
O também hepatologista Marcos Mucenic, cooperado da Unimed Porto Alegre, aponta que o consumo de bebidas alcoólicas é muito difundido no Brasil e em grande parte do mundo por estar associado ao lazer. Mas reforça que existem fortes evidências de que, mesmo em pequenas quantidades, a prática traz inúmeros prejuízos não apenas para a saúde do fígado. O médico lembra que a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que não existe limite mínimo seguro para o consumo de álcool:
— O álcool é uma substância tóxica, psicoativa e que produz dependência. Além disso, é classificado como um carcinógeno tipo 1, aumentando comprovadamente o risco de câncer.
Estudos já demonstraram que mesmo o consumo inferior a uma dose ao dia aumenta o risco de câncer, principalmente de mama, esôfago, fígado e intestino.
O médico orienta que, baseado em dados científicos atuais, quem pretende consumir álcool não pode ultrapassar uma dose por dia ou sete doses por semana. O especialista alerta que mesmo essa quantidade moderada está associada a danos para a saúde em longo prazo.
— Quanto menos as pessoas beberem, mais seguro vai ser para a saúde delas. O álcool pode causar insuficiência cardíaca, doença cerebrovascular, atrofia cerebral e deterioração cognitiva, pancreatite crônica e deficiências de vitaminas – pontua o hepatologista.
Sem passar da conta
Para quem pretende consumir álcool, hepatologistas orientam que é fundamental evitar excessos e adotar práticas mais seguras. Confira:
- Limitar o consumo a, no máximo, uma dose por dia ou sete doses por semana
- Nunca beber em jejum, pois isso aumenta a absorção do álcool e intensifica seus efeitos no organismo
- Fazer pausas no consumo, dando preferência a períodos mais prolongados de abstinência
Fonte: Gaúcha ZH
Foto: corvamar / stock.adobe.com
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