Procura por mamografias cresce, mas alerta deve ser constante, diz especialista
Até a primeira semana de outubro, foram 4.447 exames em hospitais do município. Câncer de mama é o mais frequente em mulheres
Os números de mamografia realizadas nos hospitais de Passo Fundo, no norte gaúcho, demonstram que as mulheres têm se preocupado cada vez mais com a saúde. Só neste ano, foram realizados 4.447 exames nos hospitais da cidade.
O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) registrou 2.780 mamografias até 1º de outubro, enquanto o Hospital Beneficente Dr. César Santos — também conhecido como Hospital Municipal — fechou em 1.153 e o Hospital de Clínicas em 514.
Em 2023, o total de exames de prevenção da doença foi de 6.399 de 1º de janeiro a 31 de dezembro. O índice representa um aumento desde 2020, quando 4.146 mulheres buscaram o exame. Em 2021 foram 5.118, seguido de 5.566 em 2022, 931 a menos que no ano passado.
A mamografia é a principal forma de identificar um câncer de mama, considerado o mais frequente em mulheres, atrás somente do câncer de pele, como afirma o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Por isso, o mês é conhecido pela campanha Outubro Rosa, que visa prevenir tumores de mama e colo de útero.
Segundo a radiologista especialista em diagnóstico por imagem de mama e Gestora da Imagem da Saúde da Mulher do Grupo Kozma, Tailize Menegazzo Pisoni, uma em cada oito mulheres terão diagnóstico de câncer de mama durante a vida.
— O Outubro Rosa é um mês para sinalizarmos a saúde da mulher, não só da mama, mas como um todo. É importante relembrarmos que a mulher que tem que ir ao médico e realizar os seus exames de rotina — afirma.
Doença afeta mulheres cada vez mais jovens
Segundo Tailize, o número de mulheres diagnosticadas com câncer de mama abaixo dos 50 anos tem aumentado expressivamente a nível mundial.
A boa notícia é que através de diagnósticos cada vez mais precoces, em função dos métodos de imagem e de exames de rotina, é possível diagnosticar lesões menores e, assim, prevenir casos graves da doença.
— Quanto menor a lesão, melhor. Lesões com menos de 1 centímetro que não têm propensão para linfonodo, por exemplo, têm taxa de cura estimada em 95%. Por isso a importância do diagnóstico precoce, ele muda a rota da vida dessa paciente — explica a especialista.
Importância dos exames de rotina
Foi através de exames de rotina que Patricia Bianchi Kirunus, 35 anos, descobriu o câncer de mama em 2019. A servidora pública conta que identificou a doença após uma viagem de férias na Europa.
Acostumada a realizar os exames no final do ano, ela foi obrigada a marcar o acompanhamento com antecedência por conta de um desconforto na mama.
— Em momento algum eu senti nódulo. Não era palpável. A mastologista desconfiou que pudesse ter algo porque ela sentiu um linfonodo da axila aumentado. No exame, ela solicitou uma biópsia — lembra.
Com 30 anos, Patricia foi diagnosticada com câncer de mama triplo-negativo, considerado como um tumor agressivo que pode acometer mulheres jovens e que tem propensão a ter uma mutação genética que pode causar a doença.
No caso de Patricia, ela possui uma mutação chamada BRCA2, que predispões o portador a ter mais de 80% de chances de ter câncer de mama ao longo da vida.
A marauense iniciou o tratamento com 16 sessões de quimioterapia durante cerca de quatro meses. No dia 2 de junho de 2020, realizou a cirurgia para a retirada da glândulas mamárias por conta da mutação. Para evitar qualquer recidiva do câncer, ela finalizou o tratamento com 16 sessões de radioterapia.
— Não sou grata ao câncer, porque foi muito difícil viver o processo. Mas, tudo o que vivi após a doença não imaginaria viver nem nos meus melhores sonhos. Hoje sou mãe de uma menininha, a Maria, de 9 meses — relata Patricia emocionada.
Fonte: Gaúcha ZH
Foto: Reprodução
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