Distúrbios da tireoide: saiba o que são, quais as causas, os sintomas e como é o tratamento
As doenças dessa glândula podem sinalizar problemas tanto de função quanto de estrutura. Popularmente conhecidos, o hipertireoidismo e hipotireoidismo estão ligados ao primeiro caso
Glândula endócrina com formato similar ao de uma borboleta, a tireoide está localizada na base frontal do pescoço e produz os hormônios T3 e T4, responsáveis por regular a taxa metabólica corporal. Os hormônios da tireoide estimulam o corpo a trabalhar e os receptores dessas substâncias químicas estão em praticamente todo o corpo.
As doenças dessa glândula podem sinalizar problemas tanto de função quanto de estrutura. Popularmente conhecidos, o hipertireoidismo e hipotireoidismo estão ligados ao primeiro caso. Já as alterações de estrutura mais comuns da tireoide são o bócio, aumento de volume da glândula, e os nódulos de tireoide.
De acordo com o endocrinologista do Serviço de Endocrinologia do Hospital Moinhos de Vento Tiago Schuch, as disfunções leves de tireoide podem afetar mais de 15% da população com mais de 60 anos. Mas podem acometer, ainda, pessoas com histórico familiar de distúrbios tireoidianos, ou com histórico pessoal de alguma doença autoimune.
Tanto o hipo quanto o hipertireoidismo são mais recorrentes em mulheres. A medicina ainda não tem respostas do porquê ocorre essa diferença entre gêneros. No entanto, a suspeita é de que haja uma correlação com a variação nos hormônios sexuais como um possível fator desencadeante para doenças autoimunes.
Quais as diferenças entre o hipotireoidismo e o hipertireoidismo
Além da distinção clara de que no hipotireoidismo há uma produção insuficiente de hormônios da tireoide e no hipertireoidismo existe uma produção ou liberação maior do que o ideal, estas duas disfunções têm diferenças nos seus sintomas e na maneira que agem no corpo.
De acordo Schuch, o hipotireoidismo causa uma lentificação de diversos processos no corpo humano e os sintomas mais comuns são bem diversos entre si. Cansaço, sonolência, dificuldade de concentração, problemas de memória, desconforto muscular, sensação de frio excessivo, unhas quebradiças, queda de cabelo e constipação são alguns que aparecem na lista.
No hipertireoidismo, por outro lado, o distúrbio se manifesta através de uma aceleração do organismo. Os sintomas mais frequentes são agitação, insônia, sensação de calor excessivo, tremores e perda de peso repentina.
Causas
Em relação ao hipo e hipertireoidismo as causas mais comuns são disfunções do sistema imunológico e doenças autoimunes. Especificamente, a causa mais frequente de hipotireoidismo é uma doença autoimune chamada Tireoidite de Hashimoto, enquanto que a Doença de Graves é o fator que mais desencadeia o hipertireoidismo.
O hipotireoidismo, por exemplo, pode ser causado por cirurgias na tireoide, remoção da glândula, disfunções genéticas e radioterapia. Além disso, mais recentemente foi descoberto que alguns medicamentos novos utilizados no tratamento de câncer podem causar a deficiência de produção dos hormônios da tireoide.
Diagnóstico e tratamento
Os distúrbios da tireoide são considerados de fácil e rápido diagnóstico. Ele é feito basicamente com exames laboratoriais e eventualmente são utilizados exames de imagens apenas para descobrir a causa do distúrbio. A principal ferramenta para detectar alguma anormalidade é um exame de sangue chamado TSH, que inclusive pode ser feito sem a necessidade de jejum.
Para o hipotireoidismo, é prescrita a reposição de levotiroxina, hormônio sintético semelhante ao T4 produzido pela tireoide. Já contra o hipertireoidismo há mais opções de tratamento, com medicamentos bloqueadores da tireoide, iodo radioativo ou até cirurgia. A escolha do processo terapêutico, porém, depende de vários fatores e deve ser pensada para cada paciente.
Prevenção existe?
O funcionamento adequado da tireoide depende de ingestão adequada de alguns nutrientes, especialmente do iodo. De acordo com o endocrinologista do Hospital Moinhos de Vento, no Brasil não existe uma deficiência nutricional desse micronutriente na população, portanto não há a necessidade de qualquer tipo de suplementação de pessoas saudáveis. Muito pelo contrário, o consumo excessivo pode gerar resultados opostos ao esperado. Além do mais, nenhuma mudança no estilo de vida irá ajudar na prevenção.
— Não existe nenhuma medida que tenha demonstrado poder de evitar o surgimento de disfunções da tireoide. Nem alteração na dieta, nem atividades físicas, por exemplo — completa o endocrinologista.
Porém, Schuch destaca que a exposição ao estresse agudo ou crônico pode contribuir para o desenvolvimento de hipo e hipertireoidismo, mas salienta que também não há medidas práticas a serem adotadas.
Fonte: Gaúcha ZH
Foto: Adobe Stock / Adobe Stock
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