Mosquitos geneticamente modificados são usados em projeto para conter avanço da dengue no RS
Desde 2018, mesma tecnologia vem sendo usada em Indaiatuba (SP). Segundo a empresa, quantidade de mosquitos Aedes aegypti na cidade chegou a cair 96%.
A Santa Casa de Porto Alegre passou a usar o próprio mosquito Aedes aegypti para combater a proliferação de casos de dengue na cidade. A instituição está utilizando mosquitos machos, que não picam e não transmitem dengue, modificados em laboratório para frear o avanço da doença.
Até o momento, foram instaladas na área do hospital, de aproximadamente 25 mil m², dez caixas de mosquitos modificados geneticamente. Cada caixa pode criar cerca de mil mosquitos.
Até esta terça-feira (4), o Rio Grande do Sul tinha 3,3 mil casos confirmados de dengue, com uma morte, ocorrida em março.
Como funciona
Para criar os mosquitos, é usada uma cápsula, onde ficam armazenados ovos de Aedes aegypti modificados em laboratório. Essa mudança genética faz com que o animal produza uma proteína que acaba matando as fêmeas do mosquito depois de dois dias. Sobrevivem apenas os machos, que são inofensivos.
Assim que são retirados da cápsula, os ovos eclodem no primeiro contato com a água, que é mantida em um recipiente de plástico onde já há porções de ração, para que as larvas possam se alimentar. Depois de 10 dias, os mosquitos começam a nascer.
Segundo a empresa fabricante do sistema, quando os mosquitos crescem, são liberados no ambiente e procuram fêmeas para acasalar. As fêmeas que cruzaram com os mosquitos criados em laboratório morrem em até 48 horas.
"A gente faz com que, lá dentro da célula, uma proteína seja produzida em alta escala. Com isso, as outras proteínas, que seriam essenciais para aquela fêmea sobreviver, não são produzidas. Então ela nasce, do nascimento dela ainda existe alguma coisa para que ela consiga sobreviver nas próximas horas, e daí ela morre em até dois dias. Só os machos conseguem chegar à vida adulta", diz Luciana Medeiros, coordenadora de operações de campo dos programas de saúde na Oxitec, empresa responsável pela tecnologia.
Desde 2018, a mesma tecnologia vem sendo usada em Indaiatuba (SP). Segundo a empresa, a quantidade de mosquitos Aedes aegypti na cidade chegou a cair 96%.
Este é também um projeto de sustentabilidade, já que a tecnologia é livre de inseticidas químicos. Os produtos usados na caixa não causam alergia e não são tóxicos, ou seja, não afetam a saúde de seres humanos e outros animais, inclusive insetos.
Fonte: G1/RS
Foto: Reprodução/RBS TV
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